domingo, 14 de agosto de 2011

Corrupção: ISTO É denuncia clonagem de sindicatos e cita o ex-prefeito de Itaporanga Antônio Porcino; "São gangues que se apropriam de recursos do trabalhador", alerta um ex-governador e ministro do governo Lula

A edição desta semana da Revista ISTO É (nº 2178) traz extensa e explosiva matéria, assinada por Cláudio Dantas Sequeira, sobre o escândalo e as maracutaias do mercado negro das autorizações para criação de sindicatos no país, comandada pelo Ministro do Trabalho Carlos Lupi e a cúpula do partido que preside: o PDT. Só que neste enredo, o município de Itaporanga acabou ganhando destaque na publicação nacional ao ter o ex-prefeito Antônio Porcino Sobrinho (2005-2008) como um dos envolvidos no esquema de clones de sindicatos que, segundo o ex-governador gaúcho Olívio Dutra "são gangues que se apropriam dos recursos do trabalhador". Uma afirmação que acaba por manchar o nome do respeitado, honrado e bravo povo itaporanguense perante a mídia nacional.
A reportagem tem a seguinte manchete: Ministério do Trabalho promove o milagre da multiplicação, criando uma nova entidade a cada dia, e documentos revelam um mercado negro das cartas sindicais". Nela a revista aborda a transformação de vida de gente embalada pela mistura do sindicalismo com a política e ilustra como exemplo dessa premissa dois figurões do PDT Nacional: o próprio ministro e o deputado federal Paulinho da Força (Sindical), ambos de relações estreita com o ex-prefeito Antônio Porcino. A Isto É revela como se deu a multiplicação de sindicatos, na gestão de Lupi. Que chega a estarrecedora média de um novo sindicato a cada dia no Brasil.
Segundo a revista "há sinais contundentes de que a fabricação de sindicatos, federações e confederações vem atendendo interesses políticos e partidários". Denúncias, recebidas pela ISTO É, indicam inclusive "a existência de um balcão de negócios por trás da concessão de cartas sindicais, que chegariam a custar R$ 150 mil no mercado negro da burocracia federal". Ora, pagar cerca de R$ 150 mil por uma concessão só leva os brasileiros a acreditarem nas palavras do ex-ministro gaúcho Olívio Dutra de que "são gangues que se apropriam dos recursos do trabalhador".
A Revista traz à boca da tribuna casos de criação de "sindicatos clones" na disputa pela contribuição sindical dos trabalhadores. Tudo comandado pela Força Sindical, à qual Antônio Porcino é ligado, e a União Geral dos Trabalhadores. É nessa parte da matéria que surge o nome do ex-prefeito Antônio Porcino.
Trecho da matéria revela que: "Sindicalistas brigam para pôr as mãos na contribuição sindical dos trabalhadores. Só em 2010, R$ 1,2 bilhão foi arrecadado, sendo que 60% da bolada parou nos cofres dos sindicatos, 15% nas federações, 5% nas confederações e 10% nas centrais de trabalhadores. A criação de sindicatos clones é  maneira mais rápida de decidir a parada. Quando reconhece um novo sindicato, o Ministério do Trabalho fornece o código que permitirá à entidade ter acesso a uma conta-corrente na Caixa Econômica Federal em que serão depositados os recursos do imposto sindical recolhido daquela categoria. Automaticamente, então, o novo sindicato passa a ser dono do cofre.
O sindicalista Raimundo Miquilino da Cunha, presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo, tem um bom exemplo de como funciona a clonagem oficial de entidades. A federação comandada por ele, fundada há quase 30 anos, tem 24 sindicatos e representava cerca de 400 mil trabalhadores, a maioria frentistas. A tarefa de multiplicação coube a Antônio Porcino (foto), dirigente da Força Sindical e ex-prefeito de Itaporanga (PB). Ele criou o Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de São Paulo, depois ajudou a fundar sindicatos de frentistas em vários Estados, inclusive no Rio de Janeiro".
Neste trecho a matéria mostra como o esquema funciona a partir da multiplicação de sindicatos células nos demais estados e dá como exemplo a Federação dos Frentistas, presidida por Porcino, que tem ramificações em Brasília, Amazonas, Fortaleza, Paraíba, dentre outros. Em João Pessoa, por exemplo, o braço do sindicato dos frentistas é presidido por um irmão de Antônio, o Neto Porcino. Ainda de acordo com a ISTO É, "o esquema que permite a clonagem e o fatiamento de entidades sindicatos começou em 2008 (por sinal último ano da gestão de Porcino na Prefeitura de Itaporanga), a partir da Portaria 186... que acabou retalhando o movimento sindical e servindo aos interesses da Força e do PDT".
A Revista fecha a matéria com entendimentos de históricos sindicalistas sobre o esquema montado na clonagem de sindicatos que, segundo o ex-governador gaúcho Olívio Dutra, estaria "estilhaçando a representação dos trabalhadores e favorecendo barbaridades". Ao final, Dutra alerta: "São gangues que se apropriam dos recursos do trabalhador".

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