sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Operação da PF visa impedir suposto esquema da coligação de Maranhão para distribuir cerca de R$ 50 milhões no interior através de aeronaves

A PF vistoriou hoje, a pedido da Justiça Eleitoral, cerca de 15 aeronaves que se encontravam no Aeroclube de João Pessoa (foto) em busca de dinheiro e materiais de propaganda eleitoral que supostamente estavam escondidos e prontos para distribuição no interior do Estado. A vistoria durou cerca de duas horas e ao final nada foi encontrado.
A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (29), uma operação policial que objetiva coibir qualquer tentativa de crime eleitoral, por parte da Coligação Paraíba Unida, encabeçada pelo governador José Maranhão (PMDB), com a utilização de aeronaves para transporte de dinheiro (em espécie e trocado) e panfletos difamatórios contra o candidato da Coligação Uma Nova Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB).
A denúncia foi feita pelo PBacontece, na manhã de ontem (28), com base em informações de fontes do próprio Comitê de Campanha do candidato governista. Trata-se de uma verdadeira “operação de guerra”, que envolve nada menos que seis helicópteros - semelhantes ao que foi apreendido pela Polícia Federal, no aeroporto de Patos, na noite da última quarta-feira (27/10) - e mais cinco aviões de pequeno.
As aeronaves teriam sido locadas, segundo as fontes, para transportar ao interior do Estado uma quantia estimada em R$ 50 milhões (em dinheiro vivo e trocado), além de milhares de panfletos difamatórios contra Ricardo Coutinho (PSB), candidato da coligação “Uma Nova Paraíba”.
O dinheiro, segundo essas fontes, seria distribuído a prefeitos e outras lideranças políticas, a partir da noite de hoje, em locais ainda a serem definidos em João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Patos e Cajazeiras. Nestas cidades, que polarizam as regiões geopolíticas do Estado, lideranças “de peso” – sob o comando do deputado federal reeleito Wellington Roberto (PR), coordenador geral da campanha “maranhista” – encaminharão a distribuição orientarão o destino do dinheiro e dos panfletos.
Os pilotos dos aviões e helicópteros foram orientados para pousar em locais onde não possam ser interceptados por agentes da Polícia Federal. A distribuição do “material” tem que ser rápida e eficiente, de forma a que não haja perigo de apreensão das provas do crime eleitoral.
Segundo as fontes acessadas pelo PBacontece, nenhuma aeronave poderá pousar nos aeroportos de Campina Grande, Patos, Sousa, Cajazeiras e Araruna, onde poderiam ser interceptadas pelos agentes da PF. A orientação é de que sejam utilizadas pistas de emergência, a exemplo de campos de pelada e pastos de gado.
A maior parte das aeronaves teria sido locada em Recife (PE) e Natal (RN), mas algumas delas são de propriedade de integrantes e empresários “colaboradores” da coligação “Paraíba Unida”. Pelo menos dois aviões pertencem ao deputado federal Wilson Santiago (PMDB), que este ano ficou na terceira colocação na disputa pelo Senado Federal.
Os coordenadores da campanha “maranhista” apostam na eficiência de operação, que é considerada crucial para “virar o jogo” nos acréscimos e ganhar a eleição deste domingo. O baixo contingente de pessoal de PF e a estrutura deficiente da corporação no Estado, no entendimento deles, viabilizam o sucesso deste esquema criminoso de compra de votos. (PBAcontece)

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