A assessoria jurídica da coligação Uma Nova Paraíba admitiu, na madrugada deste domingo (31), recorrer ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para denunciar o Governo do Estado da Paraíba pela tentativa de obstacular a atuação dos advogados que estão trabalhando na campanha do ex-prefeito Ricardo Coutinho (PSB).
Segundo relato do coordenador jurídico da coligação Uma Nova Paraíba, Ricardo Sérvulo, o imbróglio começou por volta das 22h40 de ontem (30), quando várias viaturas da Polícia Militar fizeram um cerco à casa que abriga o comitê jurídico da campanha ao Governo do Estado do ex-prefeito Ricardo Coutinho.
“Ficamos literalmente sitiados. De uma hora para outra, várias viaturas da Polícia Militar, sem nenhuma autorização judicial, cercaram nosso escritório e tentaram entrar no local a todo custo. Mesmo sem ter nada a esconder, resistimos à tentativa de invasão, por não coadunarmos com esse tipo de comportamento arbitrário e ilegal”, explicou Sérvulo.
Presença do TREMesmo sem ter sido “convocado”, o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba compareceu ao escritório jurídico da coligação Uma Nova Paraíba, que fica localizado no Bairro dos Estados, para averiguar as denúncias que teriam partido de advogados da coligação Paraíba Unida.
Os fiscais do TRE que estiveram presentes à operação não souberam explicar de onde partiu a determinação para que o local fosse vistoriado. “Na verdade, nem sei por que estamos aqui”, admitiu um dos fiscais da Justiça Eleitoral.
Coligação aciona OdonAcionado pelos advogados da oposição, o presidente da seccional Paraíba da OAB, Odon Bezerra, compareceu ao local do tumulto por volta da meia-noite desta sexta-feira (29) a fim de intermediar uma negociação entre a Polícia Militar e a assessoria jurídica da coligação Uma Nova Paraíba.
Odon conversou inicialmente com o advogado Ricardo Sérvulo. Depois ouviu as ponderações do advogado Carlos Fábio, coordenador jurídico da campanha do governador José Maranhão, que esteve acompanhando toda a movimentação na madrugada deste sábado. Em seguida, conversou com o Coronel Américo, comandante da ação e do 1º Batalhão de Polícia Militar da Paraíba.
Depois de conversar com o presidente da OAB e de trocar alguns telefonemas, o Coronel Américo determinou a imediata retirada das viaturas do local. Abordado pela imprensa, porém, o militar se esquivou das perguntas da imprensa e se recusou a responder os questionamentos feitos pelos jornalistas que acompanhavam toda a operação.
TRE não acha nadaQuando as viaturas da PM deixaram as imediações do local, fiscais do TRE vistoriaram a residência e não acharam nenhum tipo de material que justificasse a ação da Justiça Eleitoral e da Polícia Militar. “Na verdade, não sei nem o que estamos fazendo aqui”, enfatizou um dos ficais do TER.
Visivelmente irritado, o advogado Ricardo Sérvulo revelou que levará o episódio até as últimas conseqüências. “Vamos acionar o Ministério Público e até a OAB nacional. O que nos revolta é que, enquanto a Polícia Militar e o TRE estão perdendo tempo aqui, tem gente comprando voto de forma desenfreada por aí. Precisamos dar um basta nessa relação!”, enfatizou o advogado da oposição.
(Paraíba Já - Fotos: Luis Tôrres)
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