Uma matéria de quase 30 minutos na RedeTV nacional apontou como
comandantes de milícias criminosas na Paraíba dois membros do alto
escalão da Polícia Militar do Estado. O programa 'Aconteceu', exibido na noite desta quinta-feira (19), aponta o coronel Kelson Chaves e o major Gutemberg como chefes de um grupo de extermínio com atuação na Paraíba. Os repórteres Kleber Wenerck e Gabriela Zottis investigaram a ação das milícias - grupos formados por policiais e ex-integrantes da corporação que usam a estrutura do Estado para dominar determinadas regiões na Paraíba e no Rio de Janeiro.
Segundo a matéria, a milícia além de executar os 'inadimplentes' do
tráfico de drogas, ainda vendem os serviços de segurança pública a
empresas privadas, a exemplo de grandes supermercados da cidade de João Pessoa.
Em horário de trabalho e fardados, policias foram flagrados de prontidão nesses locais dando segurança exclusiva. O programa entrevistou vítimas das milícias e mostrou o drama das pessoas que foram obrigadas a abandonar suas casas para preservar a vida.
Quem participa do programa como entrevistado é o deputado federal Luiz
Couto (PT), relatora da CPI da Milícias no Brasil. Couto deu detalhes de
como funciona a organização e disparou: “Eles são braços armadas de
crime organizado”. Couto Não só confirmou a existência de milícias e grupos de extermínio na Paraíba, como também deu nome aos "bois". O coronel Kelson e o major Gutemberg foram os policiais militares mais citados na reportagem.
Quem também aparece nas imagens é o Coronel Euler, atual comandante da
Polícia Militar da Paraíba. O oficial é irmão de Coroel Kleson, alvo das
acusações.
"Como é que vai se investigar um grupo de extermínio contando com a poio
da Polícia Militar, onde o comandante geral é irmão de um dos possíveis
envolvidos?", questiona uma testemunha 'chave' das investigações.
Outro que também é entrevistado pela reportagem é o ex-secretário de Segurança e Defesa Social no governo Maranhão III, o delegado da Polícia Federal Gustavo Gominho. "O que existe aqui [Paraíba] é a segurança pública em benefício do interesse privado". Segundo reportagem que pode ser conferida no site da emissora - clique aqui - coronel Kelson e capitão Gutemberg seriam os cabeças da organização acusada de inúmeros crimes, entre eles assassinatos.
Assim que o programa chegou ao fim, coronel Kelson se pronunciou via Twitter - clique aqui
- sobre o assunto. Em seu primeiro post, Kelson afirmou que “A pessoa
que denuncia sempre com o rosto coberto e a voz embargada, dava sinais
nítidos de haver cheirado pelo menos umas cinco carreiras”, twittou.
“Insisto e persisto ao denunciante que apresente provas verdadeiras, não
insinuações baratas e infundadas. Mas, o meu defeito continua, não
gosto de desviante e enquanto vida e saúde tiver, continuarei defendendo
os homens e mulheres de bem”, completou.
Minutos depois Kelson realizou um novo post onde afirmou que a
reportagem trata-se de “inveja, intriga e descontentamento por
interesses contrariados”. “Quem, verdadeiramente me
conhece, que me julgue”. Num terceiro post o coronel afirmou que os envolvidos na denúncia são
“todos vagabundos, sem exceção”. Disse também que irá buscar
retratações.
Já o major Gutemberg, durante entrevista ao radiofônico "PolêmicaPB" desta sexta-feira, se defendeeu das acusações e disse que
mesmo com o denunciante não mostrando o rosto e com voz distorcida, já
identificou o autor das denúncias. Segundo o major, o
denunciante trata-se de um policial militar que já está sendo processado
por ele. Major Gutemberg disse ainda que o deputado Luiz Couto (PT)
tem mania de caluniar e insinuar injúrias contra gente de bem. Ele disse
que vai à justiça para que o parlamentar prove as denúncias.
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