sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Matéria da RedeTV aponta membros do alto escalão da Polícia Militar como chefes de milícias na Paraíba

Uma matéria de quase 30 minutos na RedeTV nacional apontou como comandantes de milícias criminosas na Paraíba dois membros do alto escalão da Polícia Militar do Estado. O programa 'Aconteceu', exibido na noite desta quinta-feira (19), aponta o coronel Kelson Chaves e o major Gutemberg como chefes de um grupo de extermínio com atuação na Paraíba. Os repórteres Kleber Wenerck e Gabriela Zottis investigaram a ação das milícias - grupos formados por policiais e ex-integrantes da corporação que usam a estrutura do Estado para dominar determinadas regiões na Paraíba e no Rio de Janeiro.
Segundo a matéria, a milícia além de executar os 'inadimplentes' do tráfico de drogas, ainda vendem os serviços de segurança pública a empresas privadas, a exemplo de grandes supermercados da cidade de João Pessoa. Em horário de trabalho e fardados, policias foram flagrados de prontidão nesses locais dando segurança exclusiva. O programa entrevistou vítimas das milícias e mostrou o drama das pessoas que foram obrigadas a abandonar suas casas para preservar a vida.
Quem participa do programa como entrevistado é o deputado federal Luiz Couto (PT), relatora da CPI da Milícias no Brasil. Couto deu detalhes de como funciona a organização e disparou: “Eles são braços armadas de crime organizado”. Couto Não só confirmou a existência de milícias e grupos de extermínio na Paraíba, como também deu nome aos "bois". O coronel Kelson e o major Gutemberg foram os policiais militares mais citados na reportagem.
Quem também aparece nas imagens é o Coronel Euler, atual comandante da Polícia Militar da Paraíba. O oficial é irmão de Coroel Kleson, alvo das acusações. "Como é que vai se investigar um grupo de extermínio contando com a poio da Polícia Militar, onde o comandante geral é irmão de um dos possíveis envolvidos?", questiona uma testemunha 'chave' das investigações.
Outro que também é entrevistado pela reportagem é o ex-secretário de Segurança e Defesa Social no governo Maranhão III, o delegado da Polícia Federal Gustavo Gominho. "O que existe aqui [Paraíba] é a segurança pública em benefício do interesse privado". Segundo reportagem que pode ser conferida no site da emissora - clique aqui - coronel Kelson e capitão Gutemberg seriam os cabeças da organização acusada de inúmeros crimes, entre eles assassinatos.
Assim que o programa chegou ao fim, coronel Kelson se pronunciou via Twitter - clique aqui - sobre o assunto. Em seu primeiro post, Kelson afirmou que “A pessoa que denuncia sempre com o rosto coberto e a voz embargada, dava sinais nítidos de haver cheirado pelo menos umas cinco carreiras”, twittou. “Insisto e persisto ao denunciante que apresente provas verdadeiras, não insinuações baratas e infundadas. Mas, o meu defeito continua, não gosto de desviante e enquanto vida e saúde tiver, continuarei defendendo os homens e mulheres de bem”, completou.
Minutos depois Kelson realizou um novo post onde afirmou que a reportagem trata-se de “inveja, intriga e descontentamento por interesses contrariados”. “Quem, verdadeiramente me conhece, que me julgue”. Num terceiro post o coronel afirmou que os envolvidos na denúncia são “todos vagabundos, sem exceção”. Disse também que irá buscar retratações.
Já o major Gutemberg, durante entrevista ao radiofônico "PolêmicaPB" desta sexta-feira, se defendeeu das acusações e disse que mesmo com o denunciante não mostrando o rosto e com voz distorcida, já identificou o autor das denúncias. Segundo o major, o denunciante trata-se de um policial militar que já está sendo processado por ele. Major Gutemberg disse ainda que o deputado Luiz Couto (PT) tem mania de caluniar e insinuar injúrias contra gente de bem. Ele disse que vai à justiça para que o parlamentar prove as denúncias.

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